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- Filhos do Fim do Mundo | Fábio Barreto
Publicado por: Unknown
segunda-feira, 5 de maio de 2014
A escrita do Fábio
M. Barreto possui um enorme poder de conquista. Mesmo gostando muito de ler,
sempre tenho um período de “convencimento”, que normalmente dura uns dois capítulos, mas, em “Filhos do Fim do Mundo”, a trama lhe cativa nas primeiras
páginas, aliás, eu já havia sido pego pela sinopse do livro, quando ouvi no Rapaduracast.
# Sinopse
# Sinopse
Quando as crianças do mundo param de nascer, um repórter se prepara para a sua última matéria sobre o começo do fim do mundo. É meia-noite quando a humanidade é surpreendida pela notícia: todas as crianças nascidas nos últimos 12 meses morreram misteriosamente. Descobrem também que plantas e filhotes também morreram. Um repórter responsável por cobrir os eventos preparativos para o fim do mundo, deixa sua esposa grávida em casa, partindo para uma perigosa missão investigativa, em que terá de enfrentar grandes desafios para proteger aqueles que ama. Em Filhos do fim do mundo, acompanhamos a saga de um repórter tentando se equilibrar entre sua função de pai e jornalista em meio ao caos pré- apocalipse. As catástrofes se misturam com a tensão psicológica do personagem em um envolvente romance que vai encantar os amantes de ficção
Gostei muito
da maneira que o leitor é inserido na história, a mil por hora, no meio do turbilhão de acontecimentos, dividindo o sentimento de
ansiedade e questionamentos com o personagem principal, “o repórter”. Isso
mesmo, “o repórter”, os personagens são apresentados dessa maneira, sem nomes, através de arquétipos, identificados por seus cargos ou ações mais relevantes. Assim, somos apresentados ao Padre, o Diretor, o Engravatado, a esposa do repórter, a
filha do governador, o blogueiro... e assim vai. O que a princípio pode parecer confuso ou
até mesmo levar o leitor a pensar que isso é uma falta de identidade, é na
verdade um recurso usado na construção da narrativa, que dá agilidade a leitura e aproxima o leitor de
personagens reais do cotidiano, onde você acaba de forma involuntária,
construindo a identidade dos personagens do livro juntamente com o autor.
O vocabulário do
livro é simples (sem ser pobre), não tem muitas firulas ou expressões estranhas
ao nosso dia a dia, o que torna a leitura fluida e prazerosa. É impossível não
perceber a linguagem cinematográfica, que o cineasta Fábio M. Barreto, insere
em seu livro: as composições das cenas, com os diálogos com “cortes” rápidos,
em meio a interação dos personagens com
os ambientes, tudo contribuindo em favor da idealização dos cenários pela
imaginação do leitor.
Os questionamentos surgem a todo momento, em meio a tantos conflitos morais e psicológicos presentes nos personagens, e acabam provocando a participação do leitor.
Os questionamentos surgem a todo momento, em meio a tantos conflitos morais e psicológicos presentes nos personagens, e acabam provocando a participação do leitor.
Se dividirmos o
livro em três grandes partes, o início (quando os acontecimentos são percebidos
pela população), o meio (com as viagens do repórter), e o final (o fechamento
da trama); de negativo no livro, eu senti esse período em que o repórter viaja em busca de evidências, achei pouco consistente; de vez em quando eu me
pegava perdido em meio as acontecimentos. Não sei se tive essa impressão por
que achei o início e o final do livro muito bons, e acabei diminuindo a importância dessa
parte intermediária. Como só fiz a primeira leitura, quero dedicar mais atenção
a essa parte na futura segunda leitura.
A maneira como
são conduzidos os acontecimentos finais é eletrizante: doses de angustia,
intercaladas com doses revigorantes de esperança, gerando picos de tensão e alívio, conduzindo magistralmente
o leitor a um final arrasador. Vale citar, que em alguns momentos, tive
sensações próximas ao que senti lendo “Eu sou a lenda”, obra de Richard Matheson, que em vários momentos, através da narrativa, te aproxima da sensação claustrofóbica e angustiante vivida pelos personagem.
Filhos do Fim do Mundo, Fábio M. Barreto - Fantasy (Casa da Palavra)
Curta inspirado no prólogo do livro
SOS Hollywood - Blog do Fábio Barreto (@soshollywood)
Entrevista com o autor no IRADEX podcast
Filhos do Fim do Mundo - no Skoob
Filhos do Fim do Mundo, Fábio M. Barreto - Fantasy (Casa da Palavra)
Curta inspirado no prólogo do livro
SOS Hollywood - Blog do Fábio Barreto (@soshollywood)
Entrevista com o autor no IRADEX podcast
Filhos do Fim do Mundo - no Skoob