Feliz por nada é o terceiro livro que leio da Martha Medeiros. Gosto do jeito dela escrever. Me divirto com algumas coisas que ela escreve. Já outras me fazem refletir por dias. Feliz por nada me fez rir sozinha no ônibus ou no terminal da Macaxeira, indo para o trabalho. Mas também me fez refletir. E muito. A crônica que dá nome ao livro é essa que aparece aí em cima. Essa foi uma das que me fez refletir. Será que conseguimos ser felizes simplesmente por existirmos? Ou a nossa felicidade está condicionada a metas? Umas das últimas crônicas do livro fala sobre uma leitora que achava contraditório uma pessoa dizer que gosta de se divertir e não gostar muito de sair. Me lembrei de mim. Quando eu era mais nova, não que eu seja tão velha assim, eu achava que diversão era sair sempre, pros lugares mais badalados, pras festas mais descoladas. Bem, as coisas foram mudando, eu fui trabalhar numa escola com um monte de pirralha falando o dia todo no meu juízo e hoje em dia eu acho que SIM, ficar em casa pode ser bastante divertido. Afinal, diversão não é condicionada apenas a festas, mas acho que diversão é um estado de espírito, é você saber rir das coisas. Tem vezes em que eu em casa e sozinha já estou me divertindo. Bem, o livro reúne crônicas publicadas entre 2008 e 2011, nos jornais O Globo e Zero Hora. E Martha fala sobre o que você puder imaginar: vizinhos, amores, decepções, casamentos, Deus, religião, vida. Gostei da crônica que fala sobre a neve produzida com um pedaço de isopor caído de um carro e como ela se abestalhou toda pra olhar. Eu também me abestalho com as coisas triviais. E que bom que eu me abestalho com elas... Acho, em minha humilde opinião, que esse é um dos caminhos para se ser, ou ao menos tentar, ser feliz por nada.